tu persegues-me mas ainda não deste conta

Não sou muito dado à religião e não acredito no destino. Acredito que por vezes acontecem coisas que não nos aperceber-mos que fizemos algo para que aconteçam. Acredito na coincidência.

Dizem que entre um homem e uma mulher, a mulher tem mais dificuldades em esquecer uma pessoa pela qual teve uma intensa ligação. Não discordo.

Uma mulher vive o momento mais intensamente que o homem, imagina as coisas de maneira diferente, e por vezes chega ao extremo, e erradamente imagina o futuro sem aproveitar o presente ao lado dessa pessoa. Um erro crasso, caso algo corra mal terá um longo caminho a percorrer para sair do fundo do poço. É tramado. No caso do homem não é muito diferente.

Hoje o dia foi diferente do habitual...deixei o autocarro e o comboio perseguirem viagem sem mim. Peguei no carro, porque teve que ser e liguei o rádio na minha estação de eleição pelas manhãs. Até aqui tudo normal. Durante uns minutos é o trânsito que desperta a minha atenção, carros que preferem descansar, carros que gostam de correr mesmo que o chão esteja molhado ou até carros que gostam de mostrar as rodas para que toda a gente veja, tais cães que gostam que o dono lhes faça festas na barriga. Estas e outras coisas que faz a radio estar a tocar para o boneco durante uns minutos. Passado um tempo, e já acordado, presto atenção à rádio...a publicidade termina e a locutora "aproxega-se" do microfone para dar ar da sua graça, entre notícias e curiosidades no meio do nada surge um nome...um nome pelo qual nos últimos tempos tenho vindo a batalhar para que não me perseguisse. A longa viagem finalmente chega ao fim e na curta distância entre o carro e o local de trabalho o teu nome surge novamente, em alto e bom som. Desta vez na boca de gente desconhecida que por ali estava. Para terminar o dia em grande, e como não há duas sem três, o teu nome surge uma última vez num texto que me foi parar às mãos. Encontrei-o como quem faz uma sopa de letras. É tramado.