histórias do nada

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Em estado de embriaguez emocional dou por mim a olhar para os sem abrigo, não sei se é medo, receio ou pena. Alguns fazem-me confusão...acredito que há quem lá tenha ido parar por falta de apoio em momentos díficeis da vida. Não falo dos que ficaram naquela situação por vontade própria já que só se deixa cair em tentação quem quer...desses não tenho pena.

Lisboa, dia de santos populares...cheira a sardinha, a frango assado e a muita bebida. As ruas estão cheias de gente das mais diversas idades onde os novos não largam a bebida e os experientes a comida, mas uma coisa é certa...ambos querem é diversão. Caminhando por Lisboa neste dia não há ruela que não tenha um mar de gente onde o mais claustrofóbico não tem espaço para ter reação, é comer e calar, beber e dançar ou andar e não resmungar....é festa. A noite é longa e algures a meio caminho, num local mais espaçoso e com menos alcool à mistura para-se para descansar durante escassos segundos. Sentado junto a uma esquina de um prédio está a única pessoa que passou a noite sozinha. De idade e nome incógnito, lá estava ele a contar as moedas que tinha junto a si, fazia montes, atirava umas contra e raramente levantava a cabeça. Quando o fazia olhava para os grupos de pessoas que estavam por ali e imaginava algo...o quê, não sei. Não foi muito o tempo que estive ali, mas deu para ter medo, muito medo, e pena.


Não tenho jeito para escrever nem nunca fui de escrever...mas quando se tem pouco isto sabe a muito. Escrevemos o que vai na cabeça naquele momento, o que queremos contar ou o que nos faz confusão...escrevemos sobre tudo e mais alguma coisa e no pior dos momentos escrevemos sobre nós, desabafos onde o teclado ouve o que dizem os dedos...malucos...

1 comentário:

  1. E se eu te disser que, mesmo que ACHES que não sabes escrever, este foi um dos melhores textos que li nos ultimos dias?

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